quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Andarilho


Verdades desnudas ,incoerentes com os versos perdidos
O sol que provoca o sorriso forçado e sem sabor no andarilho
Que visita as mentes mais bizarras
E destilando o doce veneno com gosto de mel
O sal do suave rosto que chorara por nada,
Por não ser reconhecido,
O riso fosco de quem nasce por acaso
Desperta no luar apático o não saber amar ,amando
E como pano de fundo as góticas poesias sugando o sim
...despertando o não.
Viagens mentalizadas,mistificadas,codificadas.
Intensas,numa profundeza demasiada e ilusória.
Quando tudo pode ser apanhado e entregue simplismente
O intenso requer busca...do intangível,outrora
A inconstância que gera o saber múltiplo faz do andarilho um’alma vaga
O vago não se revela,baseia-se em razões inexatas,incertas
E num compasso rotineiro,os reflexos do injustificável se define numa busca alheia,
O preto e branco dão a forma,
as lacunas se contraem
e os sentidos se perdem no esvaziar das horas.
Nada se faz compreensível quando só o que se compreende
são os temores da humanidade
enquanto o grito insano e audível
que clamam pelo fim de uma pavorosa angústia
No estado mais morno o andarilho se congela na própria existência humana.
Caroline A.Viana
22/06/10
Sucções

Quando o suposto sangue de sabor mais ácido
Vier a convidar-me para então mergulhar nos seus lagos
e largos oceanos,doarei uma parcela da minha pequena sensatez mórbida
que vive num sobressalto de odores holísticos.
Meus desejos ultrapassam o que há de mais permissível e palpável.
Os sentidos se limitam e nos limitam.
Nada se tem feito além do que a natureza oferece.
Porém ,nesse momento exato ,
eu desejo o que há de mais profano,
de mais estúpido e incalculável,
pois a mente destrincha toda essa regularidade roteirista
seguida humanamente.
Oh,sucções impulsivas!
Como desejar o bem se o mal denota prazer?
Como seguir o certo se o errado me dá a chance de fazer outras vezes tantas?
O eufórico reprimir de todos os desacertos causa um temor ardente,
Outrora estimulante ,que me faz denegrir o que ainda está por vir
Viver é fingir que sabe!
É participar das complexidades múltiplas e abstrair as amarguras diversas
O que é doce foi transformado...
Eu quero o tédio com sabor de chocolate,
Quero me lambuzar com o impermissível...
Quero ser julgada pela hipócrita sociedade em sua gigante mesquinhez
Quero ser o centro aguçado,
O centro difamado,inflamado...
Eternamente,inflamado!

Caroline A.Viana
22/06/10