sexta-feira, 15 de janeiro de 2010


Mundo Mudo

Início marcado por medos densos
Inseguranças cravadas e absorvidas
Medo do medo!
E o arco-íres vivendo a se desbotar...
É o mundo interno, apenas de desilusões.

Rastros de lágrimas perdidas
No mundo depressivo , apreensivo
Quando a busca só aflige
E o encontro é cortante,
Quando a ausência é atenuante
E o viver causa dissabor...

Estrelas mortas
Gritos mudos
Súplicas constantes
Desnecessários!

Confidências esquecidas
Abrigadas nos espasmos involuntários
E nos mundos submersos
Outrora esquecidos...

Caroline Viana
01/01/10



quarta-feira, 9 de setembro de 2009


Ausência

É nostálgico soletrar angústias
Formatar sentimentos , gritos,dores!
O dever de viver quase nunca se cumpre
Sobrevive-se!
Transcendência forjada
O espelho que reflete o vazio
O reflexo do nada contido de temores
A presença de público
A ausência de pessoas
Temores se dissolvem em prantos nus
Liberdade bloqueada!
Tensões paralelas mutilam o riso sonoro
que outrora existiu
A estupidez é vasta!
O “ser” humano já não mais justifica
Num terreno ouriçado e singular
De vívidos cortes insanos.

C.A.V

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Morena Rosa

Eu sou a interseção de opostos pensamentos
Do verde e do maduro sou o intermédio
Sou a colisão de diversos momentos
Onde reina um ser pensante em meio a tanto tédio

Sou alguém que se diz poeta
Numa simetria exata de dúvidas latentes
Sou bicho do mato com loucuras concretas
Tenho amor a natureza,vista de qualquer vertente

Mas sou também Morena Rosa
Ou Rosa Morena que se desabrocha
Um ser silvestre que descreve em verso e prosa
A lucidez patética de momentos que se fazem rocha

Sou um mar que carrega ondas de incertezas
A terra seca que clama por gotas curativas
Sou o fruto meio verde nutrido de riquezas
A alma escancarada recriminando da mente as evasivas

Morena Rosa, que entre as pétalas dos sonhos se confunde
Rosa Morena,dona de encantos diversos
Morena Rosa, um abrigo certeiro que se difunde
Rosa Morena,poetiza do mato em paralelos universos

Rosa Morena...Morena Rosa...
Tudo é verso...tudo é prosa...

Morena Rosa
Outubro/07

quinta-feira, 9 de julho de 2009


Pactos


Essa inconstância de sensações
Esse lacrimejar de dores prensadas
Esse valor incondicional de uma suposta vida
Um reflexo mal visualizado - apenas
E esse temor que cresce ...
Talvez proporcional ao que em mim
há de menos nobre...
Despresível!
Desordenadamente impuro.
O medo de pensar que avassala
As veias xucras expulsam o sangue impuro...
Que ousaram fazer pactos incontáveis
Pobremente... Mente!

Caroline.V

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Andarilho


Verdades desnudas ,incoerentes com os versos perdidos
O sol que provoca o sorriso forçado e sem sabor no andarilho
Que visita as mentes mais bizarras
E destilando o doce veneno com gosto de mel
O sal do suave rosto que chorara por nada,
Por não ser reconhecido,
O riso fosco de quem nasce por acaso
Desperta no luar apático o não saber amar ,amando
E como pano de fundo as góticas poesias sugando o sim
...despertando o não.
Viagens mentalizadas,mistificadas,codificadas.
Intensas,numa profundeza demasiada e ilusória.
Quando tudo pode ser apanhado e entregue simplismente
O intenso requer busca...do intangível,outrora
A inconstância que gera o saber múltiplo faz do andarilho um’alma vaga
O vago não se revela,baseia-se em razões inexatas,incertas
E num compasso rotineiro,os reflexos do injustificável se define numa busca alheia,
O preto e branco dão a forma,
as lacunas se contraem
e os sentidos se perdem no esvaziar das horas.
Nada se faz compreensível quando só o que se compreende
são os temores da humanidade
enquanto o grito insano e audível
que clamam pelo fim de uma pavorosa angústia
No estado mais morno o andarilho se congela na própria existência humana.
Caroline A.Viana
22/06/10
Sucções

Quando o suposto sangue de sabor mais ácido
Vier a convidar-me para então mergulhar nos seus lagos
e largos oceanos,doarei uma parcela da minha pequena sensatez mórbida
que vive num sobressalto de odores holísticos.
Meus desejos ultrapassam o que há de mais permissível e palpável.
Os sentidos se limitam e nos limitam.
Nada se tem feito além do que a natureza oferece.
Porém ,nesse momento exato ,
eu desejo o que há de mais profano,
de mais estúpido e incalculável,
pois a mente destrincha toda essa regularidade roteirista
seguida humanamente.
Oh,sucções impulsivas!
Como desejar o bem se o mal denota prazer?
Como seguir o certo se o errado me dá a chance de fazer outras vezes tantas?
O eufórico reprimir de todos os desacertos causa um temor ardente,
Outrora estimulante ,que me faz denegrir o que ainda está por vir
Viver é fingir que sabe!
É participar das complexidades múltiplas e abstrair as amarguras diversas
O que é doce foi transformado...
Eu quero o tédio com sabor de chocolate,
Quero me lambuzar com o impermissível...
Quero ser julgada pela hipócrita sociedade em sua gigante mesquinhez
Quero ser o centro aguçado,
O centro difamado,inflamado...
Eternamente,inflamado!

Caroline A.Viana
22/06/10


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


Desordem

Se meus olhos abrirem mais cedo
Que a retina dos sonhos doentios e pálidos
Contarei a você os dramas da madrugada vívida
Num compasso sorrateiro, desonesto, pouco sólido.
Nessa vida humana, ingrata.
O clássico multicolor do desequilíbrio mental
Que cheira a mofo por andar condensado...
Pela brecha, a vasta solidão.
O baralho de sentimentos.

Pensamentos privados na imensidão do cálice
Inerte!
Incoerentemente os traços entrelaçados
Organizam-se numa desordem pragmática!
A saudade é desonesta no cenário horizontal.
Os sentimentos perdem pureza
Em atitudes pouco calculadas, ou desordenadamente!
Tensões prévias subtraem o glamour do doce amor

Ingrato!
O sentir mais pleno absorto!




Caroline Viana
Janeiro/2009