segunda-feira, 8 de setembro de 2008


Mente-sente

Latente-mente
Mente que tenta mentir
Sentir -sem ti!
Universo paralelo
Universo para o elo...

O amor que chega e desdenha
Com facetas mil e olhares latentes
Pensamentos que vibram no acordar da aurora
Um eu-lírico a pulsar, duplicidade múltipla

Horas de filosofias pré-amadurecidas
Abastecem a mente com dúvidas vulgares
Coleções de tédios amantes,amantes entediados
Provocam meu intelecto... uma doçura de estupidez!
Na lã mais branca do amor mais brando
Resta ainda a meninice dos beijos mais doces
Da morena que cheira à rosa
Num corredor estreito de cristais amargurados

Dormente!
“Dor”... mente que dói e dilacera as mais tenazes veias chucras que se comprimem
(por amor).

Morena Rosa
07/Setembro/08

segunda-feira, 1 de setembro de 2008


Menina brejeira,você conhece a amargura da seca.E de onde vem esse olhar faceiro?

Oh,menina campestre...você conhece bem o pó,a terra,a poeira.

Que brilhos são esses que nos teus olhos flamejam?

Que água é essa que da sua boca escorree percorre teu corpo fazendo os fazendeiros se morderem de desejos?Menina...oh,menina!Seu corpo vive a atrair olhares dos mais diversos aos mais perversos.

Você não conhece ainda a dor de um pecado!

Brejeira,você ainda rodeia os peões maliciosos que apartam o gado.

Você pensa em brincar de faz de conta,mas você desconhece

a maldade do mundo...Sua maldade reside apenas em atos de censura,

atos que provocam...e por fim prova...do desejo mais louco de se despir

de um vestido quase infantil,que a sua mãe pensa ainda ser o mais lindo

que te deixa com aparência de boneca.Sua mãe não sabe que o que você

quer é se livrar de tanto pano e mostrar suas belas curvas.

Você prova agora dos delírios o mais louco!

Nas águas turvas de um bebedouro de gado você mergulha pra fazer

grudar nesse corpo o lindo vestido branco por ora desfigurado.

Já não existe mais peão,nem fazendeiro e nem moça do campo.

Existe agora uma transição repleta de seres nus a se enroscarem.

A mocinha virgem se foi,a inocência acabou e as malícias dos

machos se tornaram atos concretos e de excitação repletos.


04/Novembro/07

quarta-feira, 20 de agosto de 2008


Pulsar

Pulsar que me trouxe a pena amiga
fulgindo dentro de um dia turvo- noite!
Clara e doce...pulsar juvenil
Alarga-se agora a beleza neste peito
Junto de outro que bate de longe
Perto dos campos onde ela encontra sua paz
À beira das águas onde ela mira seu próprio espírito
Um coração mateiro...E um coração dilacerado
Abrandou a minha febre
Minha falsa métrica
Minha poética cativa
Alarga-se agora com os versos de lá
Os versos insistem rebeldes nesta melodia
De metais e cordas harmônicos
De paixões e desejos dissonantes
Para não deixar nunca o versejar cotidiano

O rasurar predestinado, acasalado
Numa tendência maciça de cortejar a vida
Em diretrizes múltiplas que abriguem um encontro
Aqui, acolá...
Nas verdes matas... verdes
Na hora derradeira do dia-o tempo.
Almas irmãs... intensidade singular
Pluralidade do sujeito
Alma!
Encontro mestiço de pensamentos desintegrados
Por uma razão nostálgica,
Ou ausência do poder-ter!
Vivemos uma duplicidade
Em ermos de um “submundo aurélio”
Escravas de horas pensantes
Tempo... Espaço!


SGS e CV(Morena Rosa)
ps:Esse encontro de almas irmãs...do "(m)eu- lírico...foi incrivelmente vibrante!Adoro-te,irmanzinha!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008


Constância

Encontro-me num oscilar de faces
mascaro-me pros que me me proibem de "ser humana"
Sofro e grito!
Vomito...
as mais incalculáveis palavras que me ferem
num desgosto quase incontrolável
Desejos inertes
de uma morte súbita
Cultuando os prazeres dignos da carne
Humana... humanamente , mente!
E nesse variar de humores
Noto:
Um surto epiléptico de insites filosóficos!
Alma martirizada,surrada,lenhada
Os pensamentos nada sóbrios
A sobriedade é desesperadora
E nessa constância...
sinto-me levada ao devir profundo e profano
Ao pupular mais intenso e denso
Ao escrever mais desconexo e liberto!

Caroline Viana
obs:Dedico esse poema à uma grande amigada pena,Sunny!Meu beijo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008


Delírios e Suspiros,apenas


Você fingiu não me ver
Você fingiu não me querer
Assim tão logo deixou de ler
Sentindo o aroma de uma xícara de capuccino
Abaixou o livro por sobre o colo
Deixando-o deslizar pela camisola transparente
Na penumbra do quarto
Iluminado por um pequeno abajur
Fitou-me com olhos ardentes

A leitura anestesiara minha mente
Em uma forma deveras pecaminosa
Buscando nas palavras um jogo de anatomia
Sex Apple!
A cheirosa cafeína despertara meu lado fêmea
Eu desejei até mesmo apalpar a grossa espessura
Daquela xícara de porcelana
Os movimentos mesmo que singelos
Daquele ser másculo... me excitara

Meus pensamentos se aguçavam
Ali parado de pé frente à porta
Observando aquele delicado por corpo
Semicoberto, praticamente desnudo
Com seus olhos cintilantes
Espreitando meu corpo
Objeto de seu prazer silencioso
Indo mais além
Meu corpo esperava por um movimento
Indicando interesse por me consumir

Quão doce teve ele ao me entregar tal bebida
Em que os aromas se fundiam
Em um estreitar de gozos
Queria eu viver centenas de vezes esse mesmo momento
Vendo seus dentes cerrados
Numa musculatura tensa
Deixando os lábios semi-abertos...
Estilhaços de desejos corriam em minhas veias
Onde previsões céticas te traziam a mim...
Coisa tão óbvia talvez,
Depois de tamanha violação em seus ouvidos carentes!
Sussurrei calma e quente o sopro mais brando
O sexo mais louco!
Meu olhar de menina faceira é testemunha
Quão bem que você me faz!

E nesta mistura de aromas
Os sabores dos lábios mais apaixonados
Tocam-se em um frenesi desvairado
Quebrando o silêncio em gemidos enlouquecidos
Ainda ali, no meio do quarto...
Envoltos nos braços da noite fumegante
A conduzo para junto da poltrona aterradora
Que está ali sempre a me tira-la
Que agora se fará coadjuvante de nosso amor
Servido em uma xícara de capuccino
Ajudando-me a lhe despir por inteira
Para me ser um objeto de caricias e prazeres


Caroline Viana e Welton Machado

terça-feira, 12 de agosto de 2008


Rasura

A noite apenas se inicia
A lua em seu dia derradeiro completa o ciclo,
Parece estar cheia
Diria em minha insanidade aguda que está mesmo cheia das coerências vadias.
Farta!
Falta...
Faz falta a desordem, o mundinho indisciplinado,
o jogo da velha pichado
Faz falta!
A Penélope Star que manda todos pro diabo,
Adere o chamado errado,
Exala o próprio sangue...sem dor!
E se assim segue tão...
...negro...
...vermelho
Não mais respiro
Só enxergo
Não o caminho,
Nem a branca lua
Um só sentido basta
Pra sentir a escuridão invisível que me segue.
Na bagagem carrego frações de verdades distorcidas,
Sublinhadas pela amargura do tempo
Sofrendo rasura
Sofro por tal brutalidade de espírito
Melancolia ritmada ecoa em minha mente...
Libero pelos poros o dulcíssimo sangue carolinguístico
E penso como é culto
Ser tão filosoficamente... insano
Tão insanamente... poeta!

Caroline Viana

quinta-feira, 7 de agosto de 2008


Lenho Esquivo


Essa orgia esculpida
Delineada
O corpo retalhado-
Em metáforas
Pragmatismo acelerado
Em busca de desejo
Busca...
Ao largo se vai
O lume do mau juízo
Desvendar a cerne
Dum quase lenho esquivo
Do ausente amor
Impuro...
E nulo...
Em sua autêntica nudez
Reflexo do vôo em parábola
Do seu próprio mensageiro

Morena Rosa
07/08/08

quarta-feira, 6 de agosto de 2008


Entrega

(contra a métrica)


...e já não se conta,nao se mede

-questiona?

Em vão!Agora apenas existe e lhe basta...


Desperta do sono a pena

Arranha a carne viva

a vontade já descrente

demente força!


E a força insiste,insolente!

-resistência?

Em vão!

Agora o corpo grita , exausto!


Não há resistência mais...

ante o desejo mais humano

ante a vontade mais pura

diante do chamado mais alto

apenas entrega...

(SGS)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

ExtrAÇÃO

Entro no meu casulo
Como quem sai de cena
Versos não mais me incitam
Poemas não vejo fluir

Momento eruptivo,
Introspectivo...
A conquista brilhava entre o devir peculiar
Não sei ao certo se tive um nome,ou um número talvez
Minhas certezas são dúvidas pulsantes

As lúcidas horas retiram da minha retina
O brilho com gosto de mel
O tempo programado são como tijolos
Construindo o castelo da minha infelicidade

Meu mundo é viver galopando nas praças,
Falando com flores e declamando pras árvores.
Me encantando com os versos da natureza proclamados
E com aquele mundo me aliando

Conversas gélidas me subtraem
Extraem...
Do meu ser razões desumanas
O racionalismo é como cimento, frio,
Que se endurece cada vez mais

Refugio-me numa mata verde
Onde razão não existe
Em que o luar pouse
Comigo criando uma aliança

Como não há verde mata
Cessa toda minha fuga
Fuga que denota o fluir do tempo
Sem que ele exista...
E resista,

A minha volta...

02/03/08

Soneto do prazer


Ao olhar-te genuinamente

Sou despida por teu olhar febril

Teu belo rosto,ainda pueril

Em mim desperta algo latente.


Pela tua ânsia,enfeitiçada

Banalizo a tal virgindade

Acendo a sensualidade

As pernas em ti - entrelaçadas.


E desdobro-me em teu corpo nu

Sinto-me por inteira tocada

Sou uma mulher - desabrochada.


Loucuras ardentes e gemidos

Seguidos dum silêncio gostoso

Num frêmito delírio - o gozo.


01/Setembro/07

Desvendar-se


Nas alterações das feições
Decreta-se a ausência de ficções.
Almas se deleitam sobre verdades.
Verdades que até então desconhecidas
Fazem agora das almas velhas conhecidas.

O que outrora fora extenuante
Causa agora um sentimento excitante.
Prazer...
Os sentimentos irão se desfazer.
Ou se refazer.
Pode ser.

Será extraída toda a verdade
Ou melhor,
A que não compromete a realidade.
Máscaras são essenciais
Quando as verdades não se tornaram banais.

Verdades cruas,
Talvez nuas,
Na nuança que existe no quadro da vida
As cores irão se unir
As cores podem ser as verdades
E o quadro a construída parcialidade.

União,junção,fusão...
Os mistérios estarão em erupção.
O objetivo de seres com aparente suntuosidade?
Talvez uma novidade.

Desfigurar-se,desvendar-se,desabrochar-se...

08/08/2007

Aveludar carnal


Gosto do meu pêssego maduro
Fresco e suculento
Colhido do pé
No amanhecer das horas
Ainda molhado
Pelo orvalho da madrugada
Assim...
Gosto da sua pele
Que do pêssego tem o sabor
Um gosto doce de pecado amargo
Gosto do seu perfume
Que me inebria
Alucina e confunde as noites aos dias
Gosto da sua suavidade
Da sua cor rosa-claro
Pêssego dono da minha eterna excitação
Que levita meu ser
E puxa meus pensamentos
Atraídos pela sensação de satisfação
Ó doce e sublime sentimento
Mistura de sabores
Maliciosos pensamentos
Pudores não existem
E os que resistem
Logo se entregam
E o doce néctar prova
Na entrega da degustação
Uma degustação de pele...
Esta que envolve ardor
No suco extraído da fruta
Adquire-se o sabor do desejo
Caroline Viana/Welton Guimarães

Imperativo Tormento

Sinto a sofreguidão do meu eu
As dúvidas são cruéis e corrosivas
O controle de mim se perdeu
Só sei viver de fugas – evasivas

As incertezas evidentes se aglutinam
Possibilidades a me agonizar
Desejos incrédulos e imprudentes me determinam
Sensações diárias servem para me apoquentar

Uma turbulência interna convidativa
Algo com cheiro de éter me convence
Fluxibilidade de um líquido que me torna ativa
Em completa perplexidade: “o que eu tenho não me pertence”

Transtornos imperam na minha mente
Uma fusão de angústias e descrenças
Pensamentos inexoráveis tornam-se permanentes
Negatividades sistemáticas se projetam intensas

Assumo um perfil obsessivo analítico
Na morada das dúvidas encontro respostas
Um tormento impetuoso – estado crítico
Numa totalidade singular, lamúrias me são impostas.

27/Set/07

Agonizante Vertigem

Uma dor cortante escandaliza minha embriaguez
Ato promíscuo capaz de me roubar à sobriedade
Um cenário excitante e convidativo isento de sensatez
Faz-me idolatrar vertiginosos deuses com intensidade

Já não distingo mais os sabores,tudo amargo me parece
Sou um ser hipnotizado em negligências atrevidas
Mas persistem vertigens agonizantes – a loucura perece
Divirto-me com cores de tão chulas bebidas

Horas atrás,de boa moça fiz papel
Sou uma obsessiva imprudente numa parte prática
As mocinhas possuem suas insanidades e tiram o véu
Que me perdoe essa sociedade extremamente burocrática

É presumível que eu passe a amar a dor
Já nem sei mais o que proclamo
Uma masoquista infiel a juras de amor
Sou faminta de angústias,já nem sei mais o que amo

Um marasmo permanente é a mim insinuado
Vultos internos afloram uma certa voluptuosidade
Um torpor qualificativo torna-se extenuado
Fim de noite nebuloso em sua vulnerabilidade.

05/Agosto/07

Fumaças

Afogo-me nas fumaças
Os cigarros são incontáveis
Pensamentos intempestivos
As lembranças inexistem

Das horas já perdi a noção
Só vejo nuvens de fumaça
Num terreno baldio me encontro
A solidão me faz companhia

Não sei se é noite ou dia
Sei que existe um presente
Inexorável e doce solidão
Tenho ataques de vertigens

Meus pés já sentem a terra
Estou a me despir
Busco um contato íntimo com os cigarros
Quero a presença da metafísica nesse terreno baldio

Sou desperta por uma pedra ao chão cravada
Já meço a nossa imobilidade
Percebo fumaças além das minhas
Essas são coloridas!Vejo fogo-fátuo

Meu terreno não é meu e nem baldio
Encontro-me num cemitério
Sinto-me uma fraca!
Pois as fumaças não foram só minhas

Vejo que minha carteira chega ao fim
Manuseio a última bituca do velho cigarro
Com ela deixo minha assinatura na pedra...
...
eu não tenho nome e nem fumo!


27/Outubro/07

Vidas Secas

Um pouco tarde
Vivencio a tarde
O sol que arde
Um ser covarde

Ser que observa
Ainda conserva
O que se reserva
“Me dê uma erva!”

Estúpida dor
Sede e calor
Já sinto o odor
Do ser incolor

Terra molhada
Do suor na estrada
Tudo é igual a nada
A cruz e a espada

Vida seca,seca vida
Dor extraída
Sinto-me estarrecida
A terra está partida!

Seca natureza
Destruição e aspereza
Oculta-se a beleza
Da antiga realeza

Seca!

12/Set/07

DELÍRIO IN SÃ IDADE

Minha insanidade reflete coerência
A minha vida tem veemência
Meu amor numa profunda latência
Tenta aflorar a minha essência

A loucura breve de uma profecia
Leva-me a uma imensa alegria
Quase em êxtase, profunda nostalgia
Envolve-me em total agonia

Defronto-me com pesadelos dispersos
Prendendo-me no meu universo
Insanidade, desejo - sentimentos diversos
Retratam a minha vida em versos

Vozes a gritar por ti o meu amor
Para demonstrar para mim o teu valor
Silêncios corrosivos retratam meu clamor
Que só encontram alivio no canto do beija-flor

Expressões patéticas num grito existencial
Faz-me rever a minha emoção real
Estonteante delírio...faz-se em minha vida crucial
No encontro de uma paixão irracional

Horas intensas e gritantes
Tornam os meus dias cruciantes
A sombria incredulidade edificante
Revela-me um ser pensante

Vejo o mundo girar em sombras repletas
Viagens imprudentes, torpor me injeta
Faz-me renascer poeta
Inconseqüente fim- loucura concreta


Caroline Viana / Adriana Castro

Vício

Eu jurei idolatrar o vício!
Já me sinto viciada.
Uma eterna viciada...
Sou uma esquizofrênica que suga os prazeres ferozes e vulgares.
Efêmera dor abstraída
Dor com gosto de pecado
Sabor amargo associado a veneno.
O veneno da minha insensatez.
Sensata insensatez inexata!
Vou ludibriar os resquícios de bondade
Eles estão debilitados.
Rupturas inescrutáveis marcam meu ser.
Chamam -me de irreverente,implacável,inexpugnável...
Maldita raça humana com necessidade de definir pessoas.
Eu sou como escolhi ser!
Tenho desejo pela notação das faces
Eu tenho ódio desse mundo mascarado que se faz perene.
Sinto aversão à bondade.
Isso não é real!
Queria mesmo era o silêncio absoluto e não-abstrato do mundo!
Queria que ecoasse a voz da verdade.
Verdade da cólera mundana.
Uma hemorragia de rancores jamais estancada!
Um mundo falseado,dissimulado que tem a mentira como uma deusa.
Ah,mundo hipócrita!
Detesto as regras mundanas.
Não as cumpro normalmente...
Eu quero gritar o desamor!
Desamor...dissabor!
Sou viciada em ser contra.
Sou viciada em “meu mundo”...
Esqueçam-me!
Nada tenho a lhes oferecer.
Quero ver teu mundo esbarrondando-se!
Nasci na era errada.
Ainda assim sou viciada.
Sigo minha estrada
...
Estrada do vício!


22/Setembro/07

Desvarios de Sentimentos

Entre bebidas e fumaça
Uma vaga luz clama ao fundo
Sobre incógnitas você me traça
E na congruência da alma me inundo

As palavras são poucas
os olhos que conversam
Sussurro numa voz rouca
versos que despertam

Serei eu, porque quero que seja
Mesmo no ruído de uma certa nostalgia
Isolo-te do mundo para que veja
Estilhaços dispersos magia...

Quero que veja, seja
transforme-se em poesia
pois o mundo a almeja
disfarçada melancolia

A objetiva subjetividade
Reflete tamanha amargura
Anulando-se tal enfermidade
Resta-me vertigem, tontura

Caio no chão,
volto à origem
Você me diz que não
pois odeia pessoas que fingem

Um porto talvez infinito
De angústia e arrependimento
Ressaca, gemidos, algo esquisito
Revela minha dor e tormento.

Carol Viana/Paulo Gomes
31/Agosto/07

Daniel

Daniel

Daniel de olhar impetuoso
Não menos que malicioso.
Pele macia,
Boca atraente
Mas logo em teus olhos lia
Teus desejos tão ardentes
Que mais parecem
Relíquia de um outro presente.

Outro tempo que se fora
Onde tive até madeixa loura.
Embriagante presença.
Oh,Daniel!
Juro,cumpri uma sentença
Que teve sabor de mel.
Doce pecado,
Pecado doce
Docemente cometido
Loucamente incontido.
Agora são só resquícios
D’outro tempo que se foi
Onde fui cheia de vícios
E que você também foi.

Dar-lhe-ia,se pudesse
Um presente pueril.
Desfaria a ingrata distância
E beijar-lhe-ia de modo mais infantil.

Beijo de criança,
Pois não exige aliança.
Porém desejos são despertados
Na magia do “sem querer provocado”.

Crianças não vêem maldade,
Mas elas prezam a liberdade.
Esta que contigo seria usada
E certamente por ti desejada.
Meu corpo seria o mistério
Que você não levaria a sério.
Como caminhos à percorrer
Ao fundir-se à meu corpo
Te ensinaria viver.
Pode ser!
Teremos chances de nos descobrir
Mesmo que para tanto tenhamos que nos despir.
Agora eu posso ir...

Caroline Viana
31Julho/07